A Latin American Studies Association (LASA) realizou um congresso em Barcelona nos dias 23 a 26 de maio e contou com a participação de Ronaldo Helal, coordenador do LEME.
Tema do Congresso: “Estudos Latino-americanos em um Mundo Globalizado”.
Apresentação de Ronaldo Helal: Las narrativas de la prensa francesa sobre el fútbol brasileño en los Mundiales de 1958 y 1998.
Resumo: O objetivo deste artigo é apresentar os resultados parciais de uma pesquisa de pós-doutorado realizada na Biblioteca Nacional da França, entre junho e agosto 2017 sob a supervisão de Patrick Mignon. A hipótese central é de que foi a partir do desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo na França em 1938 e do ‘olhar’ da imprensa francesa ao futebol brasileiro, que as ideias do antropólogo Gilberto Freyre e do jornalista Mario Filho de que o futebol brasileiro seria mais artístico, passaram a se consolidar no país. A Copa de 1938 foi analisada por José Sergio Leite Lopes (1999) e Arlei Damo (2007), que apontou que o predicado de “arte” estava cheio de ambivalências na imprensa francesa. As narrativas iam desde elogios a características “artísticas” e críticas à “individualidade preponderante sobre o trabalho em equipe”. Este projeto centrou-se na análise das narrativas do diário Le Monde e L’Equipe em Copas do futebol brasileiro em 1958, 1986, 1998 e 2006, ocasiões em que houve confrontos entre Brasil e França. Na pesquisa, foi apresentada a análise feita sobre o material coletado no jornal L’Equipe referente a 1958 e 1998. Os franceses mudaram sua maneira de ver o futebol brasileiro depois de 1938? Finalmente, como os franceses nos olham? Como donos do ‘jogo bonito’ ou como ‘primitivo’, sem ‘jogo coletivo’? E o que isso poderia nos dizer sobre a relação entre os dois países?*
*Texto originalmente publicado no site da LASA