
É público e notório que, dentre os poucos títulos que faltam ao Brasil no futebol, os dois que mais incomodam são, nesta ordem: Vencer uma Copa do Mundo “em casa”, e a conquista de uma medalha de ouro olímpica. No caso do primeiro objetivo, parece que ainda haverá uma longa espera, após os dois fracassos, em 1950 e 2014. O segundo objetivo terá uma nova empreitada em breve, com os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto próximo. Não gosto de assistir à jogos da seleção. Gostava, na década de 1980. Atualmente mal me dá prazer assistir aos jogos do Flamengo. O faço mais por “obrigação patriótica” do que por satisfação, ou por confiança (deveria evitar esta palavra). Pois bem… eis que ontem assisti ao jogo da seleção brasileira olímpica. Foi por acaso, no domingo de Páscoa, fim de tarde, bacalhau em família, procurando algo na tevê, achei Brasil x África do Sul.

Minha primeira e segunda impressões foram ruins. Aquela equipe de amarelo jogava tão mal quanto o Flamengo de 2016. O adversário africano, de verde, não parecia interessado em vencer, limitando-se a marcar (mal), sempre com onze atrás da linha da bola. Eis que algo de bom finalmente aconteceu: uma falta boba, infantil, na intermediária, O brasileiro levanta na área, jogada ensaiada e gol de cabeça. Pouco depois, mais do mesmo: Escanteio, Bola alta, novo gol de cabeça. Os treinos estavam funcionando. Algo que não acontece nos jogos a que tenho assistido do Campeonato Carioca, Copa do Brasil e Copa da Primeira Liga.
O resultado final ficou Brasil 3 x 1 África do Sul. Ainda que tenha vencido, aquele escrete juvenil não me convencera de sua capacidade técnica para acabar com o tabu olímpico. A fragilidade do adversário era visível e as dificuldades enfrentadas para criar jogadas (de ambos os lados), idem. Como mero espectador, diria que uma seleção que almeja algo grandioso deveria obrigatoriamente passar por testes grandiosos. Adversários como Itália, Alemanha, França, Argentina, etc.

Após o jogo, fiquei sabendo que a partida anterior do selecionado olímpico brasileiro havia sido uma derrota para a Nigéria por 1 x 0. Com um retrospecto assim, não se pode pensar em medalha de cor alguma.
Ainda há tempo. Tanto para a preparação quanto para se reforçar esta equipe. Talvez com a entrada de Neymar Jr. e mais um jogador acimada média, e sob o comando de Dunga, um fio de esperança apareça. Porém é muito pouco. Parece que nem o estrondoso fiasco da Copa do Mundo serviu para apagar a mania brasileira de deixar tudo para a”última hora”.
Ao menos, ver a apresentação da seleção olímpica serviu para me confortar quanto ao mau desempenho do Flamengo: está tão ruim quanto.
Nas últimas Olimpíadas, em Londres (2012), o Brasil chegou perto do ouro, ficando em segundo lugar. Quem sabe, desta vez, consegue finalmente garimpar ouro, desta vez, em “casa”?
Fontes pesquisadas: Wikipedia, Site oficial da CBF, Estadão.