Paulo André Camilo, jovem de 23 anos, nasceu em Santo André, no ABC Paulista, mas cresceu em Vila Velha, no Espírito Santo. Velocista multipremiado, atleta olímpico, recordista sul-americano sub-18 dos 100m rasos, terceiro homem mais veloz da história do Brasil e campeão no Mundial de Revezamento no 4x100m rasos de 2019.

Embora referência no seu esporte, antes de sua entrada no reality Big Brother Brasil, Paulo André não era um rosto conhecido pelo povo brasileiro. Após aceitar o desafio de ingressar no BBB, o atleta passou a ser citado e muitos dos seus feitos no esporte vieram à tona nas redes sociais – e foram recebidos por muitos com curiosidade e surpresa.
Muitos dos usuários das redes sequer tinham ouvido falar no atleta enquanto outros o conheciam mas não sabiam do seu destaque no atletismo. Atualmente, Paulo é assunto constante, seja por sua atuação no reality, seja por sua aparência ou por notícias relacionadas ao esporte.
Polêmica
Durante a estada na casa, o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), questionou a bolsa atleta paga mensalmente ao velocista Paulo André, gerando diversos comentários nas mídias sociais, principalmente no Twitter.

Na última semana, o Governo Federal suspendeu o pagamento da bolsa ao velocista após entender que, uma vez que o atleta estava confinado, não estava cumprindo o programa anual de treinamento apresentado em janeiro de 2021 para aquele ano.
O que é o bolsa atleta?
Segundo o governo federal, o investimento anual no esporte é de R$ 750 milhões. Esse valor é destinado majoritariamente para atletas olímpicos e paraolímpicos – através da Lei das Loterias, do Bolsa Atleta e Lei de Incentivo ao Esporte.
Dos 302 atletas olímpicos convocados ao Japão, 242 (80%) fazem parte do programa Bolsa Atleta. Ainda assim, 41 fizeram algum tipo de vaquinha (financiamento coletivo) para arrecadar dinheiro. E 33 atletas não se sustentam unicamente com o esporte.
Segundo o site da Caixa Econômica, responsável pelos pagamentos, “o Bolsa-Atleta é um programa do Governo Federal, gerido pelo Ministério da Cidadania, que visa garantir a manutenção pessoal aos atletas de alto rendimento que não têm patrocínio. O programa dá as condições necessárias para que eles se dediquem ao treinamento esportivo e possam participar de competições que permitam o desenvolvimento de suas carreiras”.

O valor do benefício varia entre parcelas de R$370,00/mês (para Atleta Estudantil) e R$ 15.000,00/mês (para Atleta Pódio). Veja a lista abaixo:
Valor do benefício:
Atleta Estudantil: R$ 370,00/mês.
Atleta de Base: R$ 370,00/mês.
Atleta Nacional: R$ 925,00/mês.
Atleta Internacional: R$ 1.850,00/mês.
Atleta Olímpico e Paralímpico: R$ 3.100,00/mês.
Atleta Pódio: até R$ 15.000,00/mês.
E o que isso revela sobre a atual situação do esporte brasileiro?
Como o investimento financeiro em esporte é concentrado nos atletas de alto rendimento, a formação de talentos entre crianças e adolescentes torna-se escassa no Brasil. Esse cenário exibe não só o desperdício do potencial da juventude, mas também a ignorância em não pensar o esporte como fator importante para a geração de empregos.
“O discurso de usar o esporte para tirar a molecada da rua é ultrapassado. A gente precisa pensar no esporte como carreira e profissão. Ele emprega não só o atleta, mas cerca de 30 tipos diferentes de profissionais envolvidos”. (comentou Diogo Silva, ex-atleta olímpico e campeão panamericano no taekwondo, em live sobre iniciativas públicas para formação de atletas)
Além de gerador de empregos, o esporte atua como forma de prevenção de doenças – impedindo gastos evitáveis na área da saúde, melhora a concentração, reduz o estresse, estimula o desenvolvimento cognitivo, colabora para socialização e contribui para a formação física e psíquica.
Referências:
BBB 22: conheça Paulo André, campeão mundial e atleta olímpico | atletismo | ge (globo.com)
CBAt – Confederação Brasileira de Atletismo
Bolsa-Atleta, Apoio aos Atletas de Alto Rendimento (caixa.gov.br)
(1) Novo ciclo olímpico: iniciativas públicas para formação de atletas | Interolímpico – YouTube