Escrito por: Walter Vargas, comentarista da ESPN.

Pelé foi embora. O jogador mais completo que vi em meus 64 anos e quase quatro meses.
Em um futebol mais lento? Sim.
Sempre com interlocutores qualificados? Também.
Mas o mais completo.
Maravilha atlética, dois perfis, drible, assistência, cabeceio, contundência, habilidade, malandragem, elegância, cérebro forte e uma presença imaculada nas provas mais difíceis.
Pelé: um 10 com tudo no seu lugar, com voracidade de 9, dinâmica de 8 e malícia de 5.
Sideral, Pelé.
Tanto que ele foi quem foi e será quem será, a salvo de alguns mais bem argumentados.
Sem a generosa distribuição de Di Stefano.
Sem a fina inteligência de Cruyff.
Sem a beleza celestial de Maradona.
Sem a assombrosa validade de Messi.
Um bom Rei, ó Rei, depois de tanto. Depois de tudo.
Um rei que, como todo rei justo, honrou seus predecessores, superou-os e depois autorizou e abençoou os reis que chegavam.
Adeus, Pelé.
Beijo a tua imagem numa figurinha de cartão que guardo desde criança, ergo o copo e pergunto-me, decido perguntar-me, se nunca te encontrarei num canto ali: o chão misterioso onde todas as bandeiras tremulam, ou nenhuma.
Tradução por: Ronaldo Helal.
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