É comum no mundo do esporte, atualmente, vermos jogadores de futebol e atletas de outras modalidades exercendo um protagonismo além dos gramados, quadras, piscinas e tatames. Neymar, Cristiano Ronaldo, o velocista jamaicano Usain Bolt e o maior medalhista olímpico da história, o nadador americano Michael Phelps, não conquistaram tamanho reconhecimento somente com títulos. O sucesso desses grandes nomes do esporte vem, em grande parte, também de uma constante associação com os meios de comunicação e com a publicidade.
O fato de atletas incorporarem uma áurea de celebridade dá a falsa impressão de ser, esse, um fenômeno recente. Não se deve negar que a globalização, o alcance cada vez maior dos meios de comunicação e a rapidez com que as informações chegam até nós impactam em maior proporção a relação entre torcedores e seus ídolos do que na primeira metade do que no século XX. No entanto, para o pesquisador em Comunicação e Esporte da UNESP de Bauru, José Carlos Marques, os jogadores de futebol, no Brasil, já eram bem relacionados com a alta sociedade e serviam de modelos de comportamento mesmo quando a cobertura jornalística era menos ampla e se resumia aos veículos impressos e radiofônicos.

Para José Carlos Marques, é uma característica peculiar do esporte que permite esse protagonismo: a sua plasticidade:
“O esporte sempre teve uma plasticidade e uma questão de movimento dos corpos que faz com que ele tenha uma dimensão de espetáculo muito grande. O futebol, especificamente, é muito plástico, e nada mais natural que um personagem desse espetáculo ganhe uma reprodução midiática fora do próprio meio do futebol.”
José Carlos Marques concedeu entrevista ao Laboratório de Estudos em Mídia e Esporte durante o Congresso INTERCOM 2015, que aconteceu em setembro, no Rio de Janeiro. Para ver esse e outros vídeos produzidos pela nossa equipe, é só acessar nosso canal no Youtube.