O mundo do futebol com novos protagonistas

Nesta semana conhecemos os confrontos da fase de grupos das Copas Conmebol Libertadores da América e da Sul-americana 2024. Os clubes brasileiros na Libertadores são Atlético Mineiro, Botafogo, Flamengo, Fluminense, atual campeão da competição, Grêmio, Palmeiras e São Paulo. Já os representantes do país na Sul-americana são Athlético Paranaense, Bragantino, Corinthians, Cruzeiro, Cuiabá, Fortaleza e Internacional.

Sem falar ainda dos tradicionais clubes da América do Sul: os argentinos River Plate, Estudiantes de La Plata, San Lorenzo e Boca Juniors, este último que está fora da Libertadores 2024, sendo o vice-campeão do ano passado, e restará apenas a Sul-americana. Além disso, temos LDU e Independiente Del Valle, do Equador, Junior Barranquilla, da Colômbia, Bolívar, da Bolívia, Peñarol, do Uruguai, e outros grandes times do continente sulamericano que prometem tornar ainda mais acirrado.  

Olhando para essas competições e essas equipes de maestria, percebemos o quanto o futebol se tornou algo mais equilibrado e disputado. Nesse mesmo raciocínio penso em campeonatos semelhantes pelo mundo como a famosa Liga dos Campeões da UEFA e a Liga Europa, assim como também as Ligas dos Campeões da Concacaf (América do Norte, Central e Caribe), AFC (Ásia), CAF (Africana) e até mesmo a OFC da Oceania, vemos novos atletas se destacarem e o futebol seguir em evolução.  

Dito isso, pude perceber que o futebol nas últimas décadas não é algo mais de destaque das Américas e da Europa, mas sim tem ganhado o mundo. Quando analisamos as quatro últimas edições das Copas do Mundo Masculinas de Futebol, que talvez estejam, um pouco mais frescas na memória das pessoas, podemos ver o quanto seleções da África, Ásia e Oceania estão mais competitivas e muitas das vezes estão avançando para as oitavas, ou até mesmo às quartas-de-final da Copa do Mundo.  

Vamos a uma análise a Copa por Copa.   

Em 2010, além do país sede da Copa, a África do Sul, tínhamos representado o continente africano os países Nigéria, Argélia, Gana, Camarões e Costa do Marfim. Representaram a Ásia as nações Coréia do Sul, Japão e Coréia do Norte. Da Oceania as seleções foram Nova Zelândia e Austrália. Ou seja, das 32 equipes, quase metade foram compostas por esses três continentes, que por muitos anos foram esquecidos das Copas.   

Dessas equipes, foram classificadas para as oitavas-de-final da Copa de 2010: Coréia do Sul, Gana e Japão. Das três, apenas Gana passou para às quartas-de-final, porém foi eliminada pelo Uruguai, equipe da América do Sul, nos pênaltis. No tempo regular empatou em 0 a 0. A equipe africana deixou para trás os Estados Unidos nas oitavas-de-final, vencendo por 2 a 1.   

Em 2014, na Copa realizada no Brasil, as seleções africanas classificadas para o mundial eram: Camarões, Costa do Marfim, Nigéria, Gana e Argélia. As equipes asiáticas eram Japão, Coréia do Sul e Irã. Da Oceania apenas a Austrália participou. Em terras brasileiras, esses três continentes tiveram menos representantes.   

Apenas dois países africanos passaram para as oitavas-de-final: Nigéria e Argélia. Ambas foram eliminadas nessa fase por França e Alemanha, respectivamente. Esse último, que goleou o Brasil em casa por 7 a 1 e, posteriormente, foi a seleção Campeã do torneio daquele ano.    

Já na Copa de 2018, na Rússia, os países africanos foram Egito, Nigéria, Senegal e Marrocos. Da Ásia, os representantes foram Arábia Saudita, Irã, Coréia do Sul e Japão. Da Oceania, novamente, somente a Austrália se classificou para a competição.    

Das nove equipes, apenas o Japão se classificou para as oitavas-de-final. Contudo, apesar da boa atuação da equipe asiática, os japoneses foram eliminados por 3 a 2.    

“Tática e tecnicamente, o Japão deu mais trabalho do que muita gente imaginava. Além da boa marcação, que limitou os astros De Bruyne, Hazard e Lukaku, o time asiático também mostrou velocidade nos contra-ataques e esteve perto de superar a favorita.”. Essa foi uma das frases de uma reportagem do site UOL, no dia 02 de julho de 2018, sobre a partida, exaltando a equipe japonesa.    

Agora quando abordamos a competição de 2022, falamos de uma Copa histórica para esses três continentes, em especial, a África. Isso porque, além da grande campeã da Argentina, um dos grandes destaques da Copa do Catar, nos Emirados Árabes, foi a equipe do Marrocos, que ficou em quarto lugar.   

Em um panorama geral das equipes dos três continentes que temos abordado neste artigo, da África participam do último mundial também Senegal, Camarões e Gana. Da Ásia as equipes foram, além do país sede, Catar, Arábia Saudita, Irã, Coréia do Sul e Japão. Da Oceania, mais uma vez só a Austrália foi a representante.   

Nas oitavas-de-final, para quebrar todos os paradigmas e mostrar a força que esses continentes estavam vindo, nada menos do que cinco equipes se classificaram para essa fase: Austrália, Japão, Senegal, Coréia do Sul e Marrocos. Adversários fortíssimos como Alemanha, Bélgica e Uruguai ficaram de fora dessa fase.    

Infelizmente, para as quartas-de-final apenas o Marrocos passou e eliminou na fase anterior a grande Espanha, nos pênaltis. Enfrentar Portugal de Cristiano Ronaldo foi, talvez, o maior desafio de todos, e a equipe africana conseguiu passar pelos portugueses pelo placar de 1 a 0.    

Contudo, na semifinal o grande destaque da África de todos os tempos não pode superar a força da França e perdeu por 2 a 0. Na disputa pelo terceiro lugar, levou a pior para a Croácia, por 2 a 1. Contudo, apesar de não terem sido os grandes campeões daquela Copa, com certeza, foram os grandes protagonistas daquela competição.    

Mas não iremos nos apegar somente a minhas afirmações, vamos a números. De acordo com uma reportagem divulgada no jornal Lance, em 27 de dezembro de 2022, de um levantamento feito em parceria com a Pluri Consultoria, a seleção marroquina foi a terceira que mais se valorizou após o Mundial, com um ganho de € 50 milhões em valor de mercado.   

A pesquisa afirmou, em números da época, que 11 jogadores marroquinos se valorizaram após a melhor campanha africana na história das Copas. Deste grupo, Amrabat (€ 15 milhões), Ounahi (€ 11,5 milhões) e Hakimi (€ 5 milhões) foram os atletas que mais ganharam valor de mercado.   

Dessa forma, podemos perceber o quanto os jogadores e o futebol em geral em todos os continentes têm evoluído. Acredito sim, que esse esporte, em geral, está mais competitivo e disputado, e que isso deve ser visto como algo positivo. Porém, também é necessário cada vez mais deve haver investimento em todos os países, continentes, classes, raças, gêneros, enfim, a valorização do futebol e o esporte é para todos.  


Referências Bibliográficas

Libertadores 2024: Veja como ficaram os grupos após sorteio | ge

Copa do Mundo de 2010 | ge

Copa do Mundo de 2014 | ge

Copa do Mundo de 2018 | ge

Copa do Mundo de 2022 | ge

Marrocos é a terceira seleção que mais se valorizou após o Mundial | Lance

Copa do Mundo de 2018: Bélgica x Japão | UOL

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