Quando o Rio foi eleito sede dos Jogos de 2016, o país foi acometido por grande euforia. Naquele momento tínhamos um presidente relativamente popular e a economia ia muito bem obrigada. Não passou pela cabeça de ninguém, ou pelo menos da grande maioria, que sediar três mega-eventos – Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas e Paralimpíadas de 2016 – separados por curtos intervalos não era uma boa ideia. O brasileiro não imaginaria que em 2014 o país já estaria resvalando na crise econômica, que se aprofundaria em 2016 acompanhada de uma grave crise política.
O povo, em geral, não está feliz. O retrato disso foram as inúmeras tentativas de se extinguir a chama olímpica durante o revezamento da tocha. Grande simbolismo de que os Jogos não são bem-vindos. E a insatisfação não é para menos; além das consequências da crise financeira que assola o país e do descontentamento de parcela da população com o quadro político, o nosso governo fez o que faz de melhor: passou vergonha! Obras atrasadas, ou entregues com problemas, superfaturamento, corrupção… Atletas e comissões chegaram a uma vila olímpica inacabada e cheia de problemas. E qual a resposta do prefeito do Rio de Janeiro? Um monte de bobagens que fazem esconder o nosso rosto entre as mãos e pedir desculpas para o colega australiano.
E a promessa de legado para a cidade do Rio? O carioca continua esperando…

Nos últimos meses uma das perguntas que mais ouvi foi: “Como você espera que sejam as Olímpiadas?”. Apesar de ser uma simples pergunta, a resposta é complicada. Não sou adepta a previsões e acredito que, neste momento, são poucos os que se arriscam a fazê-las. Pode dar tudo muito certo ou muito errado. E aí o que eu espero ou desejo? Outra pergunta complicada… Se desejarmos que dê tudo certo, tememos que todos os problemas anteriores sejam esquecidos e que a máxima de que “no final tudo dá certo” ofusque as dificuldades que ainda serão enfrentadas no futuro pelas contas ainda a pagar. Por outro lado, almejar que tudo dê errado também não parece certo. Não dá para desejar que o mundo tenha uma imagem ainda mais negativa do Brasil e que a “festa” no seu quintal coloque fogo na casa.
Eu tenho a tendência em ser pessimista, ou pelo menos de me preparar para o pior e torcer pelo melhor. Só posso torcer por menos problemas do que a pessimista em mim já listou como certos, e mais festa do que a amante de esporte em mim mal pode esperar para participar.