Por que o Esporte ficou de fora do Fla x Flu eleitoral?

Passadas algumas poucas semanas da mais acirrada eleição presidencial da história do país, ainda me pergunto por que o Esporte – que já foi “canto de redação” e “patinho feio” das pesquisas acadêmicas – foi jogado para escanteio nas propostas de governo? Quem acompanhou as propagandas na TV e rádio dos principais candidatos, quem viu os debates deve ter ficado com uma interrogação: o que vai ser feito do esporte brasileiro nos próximos anos? Tudo bem, vá lá, a reeleição de Dilma não levanta tantas questões de como será pautada a pasta em quatro anos, mas seria interessante sabermos se algo novo vai ser colocado em prática. O que ficou de legado da Copa? O que será do Rio-2016?

Nos planos de governo dos dois “finalistas”, tanto Dilma, quanto Aécio – por mais que esse tenha levado para o seu time, craques como o técnico Bernardinho, Ronaldo Fenômeno, Zico e Neymar – apresentaram projetos mais gerais na área, sem especificar muito.

“O Esporte não dá voto”, podem responder alguns políticos. Mas dá PIB. Ainda mais com tantos megaeventos sendo sediados por aqui. É no mínimo estranho analisarmos o cenário nacional dos últimos dois anos, onde a realização de torneios como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, suscitou debates na imprensa, nos plenários, nos bares, nas esquinas, tenha ficado de fora.

Senti falta de colocarmos na arena de discussões, a importância e os riscos de ser sede. Ganhos com turismo, mobilidade urbana. Problemas de desvio e corrupção. Atrasos em obras, segurança. Os envolvidos precisam dar ao Esporte a importância dele, tanto como entretenimento, assim como contribuição social na formação dos jovens. Além, claro, dos valores, impostos e mercados envolvidos.

Em menos de dois anos, teremos novamente, o olhar do mundo voltado para o nosso país. Teremos novamente denúncias de superfaturamento e medo em relação à segurança dos Jogos. Precisamos abrir o debate já. Colocar o nosso olhar sobre o Esporte. Para que possamos vislumbrar o novo mandato Dilma.

Teremos mais Bom Senso? Calendários ajustados? Melhor aproveitamento das Arenas da Copa? Mais incentivo a atletas? Mais universidades de formação? Menos desvios nas obras de 2016? Não se falou. Nada se prometeu. Na TV, apenas usar o sistema integrado de segurança – utilizado na Copa – como referência.

Perdeu-se e perde-se muito tempo com agressões de todos os lados, xingamentos e um ódio que tem extrapolado os estádios. Contaminado as redes sociais. Sem apresentarmos propostas. Não quero intervenções. Quero mais disputa e debate nos moldes dos irmãos Nelson Rodrigues e Mário Filho. Esse, sim, um Flu e Fla no que a rivalidade tem de melhor.

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