Por Larissa Bezerra e Lucila Gregoire

As estruturas patriarcais se manifestam em vários âmbitos da vida do sujeito social, entre eles, o esporte. Na América do Sul, o esporte se constitui como uma parte fundamental dos relacionamentos com os outros, tanto na prática recreativa como na competitiva. Nesse contexto, os meios de comunicação exercem um papel fundamental no momento de fazer circular as informações sobre diferentes eventos esportivos.
Por isso, é importante problematizar o esporte como um campo heteronormativo e como isso se reflete nos veículos de comunicação. Principalmente o futebol, durante a maior parte do século XX, foi utilizado na construção das masculinidades hegemônicas. Há uma insistência em adequar, normalizar e homogeneizar. Desse modo, as identidades de gênero, sexuais e corporais são apresentadas como rígidas, limitando, oprimindo e negando a diversidade (Moreira; Garton, 2024; Ibarra, 2020).
Isso afeta profundamente esportistas e torcidas, especialmente aquelas pessoas que não se encaixam nesses padrões. Segundo o Observatório da Discriminação Racial no Futebol (2023), em 2022 houve 20 denúncias de machismo e 39 de LGBTfobia. Assim, é essencial falar desse tema porque, segundo Silva Júnior (2018), as práticas preconceituosas e excludentes no contexto esportivo não devem ser banalizadas como se fossem algo normal e alheio à realidade social. Além disso, pensar nos meios de comunicação é importante porque são os mediadores e criadores do conhecimento social (Ramos, 1995).
O esporte como campo heteronormativo
Ao nascer, um gênero nos é imposto, o que corresponde a genitália, e a partir desse momento recai sobre a nossa individualidade determinadas expectativas performáticas. Contudo, a sexualidade abarca aspectos biológicos, psicológicos, socioculturais, afetivos e éticos (Manual ESI a la Cancha). Bell hooks (2004) compreende que os papéis de gênero são reforçados em todas as instituições que nos rodeiam, entre elas, o campo esportivo.
A heteronormatividade é um amplo sistema de relações de poder vinculadas a práticas e instituições que colocam a heterossexualidade e todas as dimensões dela como a norma cultural.
Com o decorrer do tempo, o universo esportivo foi reforçando a heteronormatividade (Besnier et al, 2018) produzindo uma lógica binária em relação ao sexo e ao gênero, bem como uma correspondência entre os dois termos. Isso implica que o sexo, a sexualidade, a identidade de gênero e os papéis respectivos de cada um concordem, considerando um desvio qualquer expressão que não respeite essa lógica.
Nesse sentido, o fato de que mulheres pratiquem esporte, em especial de alto rendimento, vira um ato subversivo. O desempenho delas é ligado a uma condição física forte, musculosa, opondo-se à imagem hegemônica da feminilidade frágil. Dessa forma, todas as mulheres com corpos atléticos, assumem, perante a sociedade, atributos do gênero masculino e extrapolam as normas imperantes (Bandeira y Moreira, 2021).
Se o gênero, e em termos mais amplos o patriarcado, em é ponto principal que tomamos para analisar a prática esportiva dessa ótica, é preciso ressaltar que não é o único sistema de de opressão vigente. O racismo e o classismo possuem diferentes hierarquias e a posição do sujeito em cada uma delas determina sua posição no esquema social. Um enfoque interseccional possibilita uma análise das diferentes identidades sociais, chegando a uma compreensão mais profunda dos processos sociais e históricos.
Machismo e heteronormatividade no jornalismo
O sexismo e a LGBTfobia não são exclusivos de determinados grupos no esporte; aqueles que deveriam combater essas práticas costumam reforçar o discurso preconceituoso. Esse é o caso dos meios de comunicação. Segundo o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, no Brasil, pelo menos 5 das denúncias de machismo e LGBTfobia, em 2022, envolvem jornalistas. Isso, de forma mais explícita, mas há maneiras mais sutis de preconceito, como a infantilização das mulheres ou mesmo a eliminação das figuras das mulheres e da comunidade LGBTQIA+ da cobertura (Bezerra, 2024).
No caso da boxeadora Imane Khelif, que analisamos a seguir, temos três problemas principais na cobertura esportiva:
- A falta de informação correta e objetiva sobre a situação.
- O sensacionalismo, polemizando a situação de Khelif, sem buscar compreender ou demonstrar preocupação com a diversidade.
- A visão heteronormativa do esporte, como se fosse razoável excluir uma mulher cis que não está dentro das “normas” da feminilidade ou mesmo se fosse uma mulher trans, sem direito de competir.
Sabemos que os meios de comunicação são instituições legitimadas, com credibilidade social, por isso, produzem significados que se gravam na consciência e se reafirmam em todo o enlace simbólico da cultura. Dessa forma, a linguagem utilizada e a forma de tratar o tema é chave para a disputa das relações de poder, e visibiliza e invisibiliza mundos possíveis (Ramos, 1995; Ibarra, 2020).
O caso Imane Khelif
Imane Khelif tem 25 anos e nasceu em Tiaret, Argélia. Em 2024, competiu pela segunda vez nos Jogos Olímpicos e ganhou a medalha de ouro no boxe. Em 2020, em Tóquio, perdeu nas quartas de final para a irlandesa Kellie Harrington. Khelif e a boxeadora Lin Yu-ting ganharam protagonismo em Paris não somente pelas habilidades esportivas, mas porque foram vítimas de desinformação e preconceito (MARTINS, 2024).
Antes dos Jogos Olímpicos, no Mundial de Boxe de 2023, Khelif foi excluída da disputa pela medalha de ouro pela Federação Internacional de Boxe por “não cumprir com os critérios de elegibilidade”. Isso porque, naturalmente, o corpo da boxeadora produz mais testosterona que a maioria das mulheres. Mas, a partir da notícia da exclusão do Mundial e depois de uma disputa nas Olimpíadas abandonada pela oponente, o rumor que correu pela internet e chegou a muitos meios de comunicação era de que se tratava de uma mulher trans competindo. Ou, nas palavras utilizadas por muitos na ocasião, “um homem competindo contra mulheres”. Isso gerou uma onda de transfobia e preconceito contra ela.
Segundo Ibarra (2020), as mulheres foram retiradas da prática de esportes considerados “masculinos”, entre eles, o boxe. O argumento era que isso colocava em xeque seus dotes “femininos”. Aquelas que tentaram praticar assim mesmo foram invisibilizadas ou estigmatizadas, muitas vezes, inclusive, consideradas “anormais” ou até “monstros”.
No caso do Comitê Olímpico Internacional, há uma regulação específica para a participação de atletas transgênero e de quem tem hiperandrogenismo (caso de Khelif). Para Ibarra (2020), essa regulação, ao mesmo tempo que reconhece os avanços e conquistas das mulheres e outras identidades, ainda apresenta restrições para a participação de algumas pessoas em eventos esportivos, com o argumento da “lealdade esportiva”, mas com uma noção de inclusão questionável.
Mesmo sendo uma mulher cis, o ódio, a difamação e a intolerância que sofreu Khelif se basearam na suposição de que era uma mulher trans. Assim, para alguns pesquisadores, ela sofreu, também, transfobia. Além disso, o vocabulário utilizado para falar do caso nos veículos de comunicação, quase sempre inadequado, abarcava questões das pessoas transgênero. Weber (2020) traz: “No momento em que se institui essa patrulha de gênero, nenhuma mulher, cis ou trans, está mais a salvo. Qualquer característica pode e será usada como evidência contra sua mulheridade. Ademais, “o resultado são as agressões e violências que vimos não apenas no caso da Imane, mas também de inúmeras mulheres cis que não performam a feminilidade sacramentada por nossa sociedade”.
Por isso, essa análise parte somente do machismo e da misoginia contidos no caso, mas também da transfobia. É necessário considerar, ainda, que muitas mulheres cuja identidade de gênero é questionada são mulheres negras, como Imane Khelif. Assim, é importante ressaltar o racismo nesse contexto.
A cobertura de meios de comunicação argentinos e brasileiros
Analisamos a cobertura de alguns meios hegemônicos sobre o caso de Khelif nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Conforme dito anteriormente, encontramos três problemas principais nas notícias sobre o tema, que detalhamos um pouco mais a partir de agora.
- A falta de informação correta e objetiva sobre a situação
Ao buscar o nome de Imane Khelif no portal GE (Globo Esporte), a primeira reportagem diz que ela e Lin Yu-ting foram autorizadas a competir nas Olimpíadas depois de reprovarem em testes de gênero. O texto não explica que são duas mulheres cis, em o que são esses testes. Mais além, utiliza um discurso do presidente da Associação Internacional de Boxe (IBA) dizendo que identificaram “vários atletas que tentaram enganar as colegas e se fingir de mulheres” sem informar que este não era o caso das duas atletas (GE, 2024). Depois, em uma reportagem, quando os ataques ficaram mais intensos contra Khelif, o site publicou: “Em 46 segundos, italiana abandona luta contra boxeadora reprovada em teste de gênero”. Ao mesmo tempo, o texto diz que a atleta italiana abandonou a luta porque tinha uma forte dor no nariz e não pelos testes de gênero da argelina. Além disso, segue sem informar o que são os testes de gênero e reproduz o discurso do presidente da IBA (GE, 2024).
- O sensacionalismo, polemizando a situação de Khelif, sem buscar compreender ou demonstrar preocupação com a diversidade
Muitos meios de comunicação no Brasil, como o caso do Portal R7, publicaram artigos afrimando que Khelif era uma pessoa trans (R7, 2024), em outras palavras, mentiram para o público. Outros, como o site Terra, utilizaram estratégias sensacionalistas para ganhar visualizações. O título de um artigo que publicaram sobre o tema diz: “Lutadora é trans? Verdade vem à tona durante Olimpíadas de Paris”. No primeiro parágrafo seguem sem esclarecer a situação: “O Comitê Olímpico da Argélia (COA) se pronunciou sobre os boatos de que a argelina Imane Khelif é trans. A declaração aconteceu um dia antes da luta dela com a lutadora italiana Angela Carini nas Olimpíadas de Paris”. Pelo resto do texto também não contextualiza nem acrescenta informação relevante sobre o caso (ABREU, 2024).
Outro problema notável é que, no GE, em 18 reportagens encontradas (quase o total de publicações sobre a temática no site) utilizam a palavra “polêmica” para definir a situação. Ao comparar os veículos brasileiros com argentinos, a palavra se utiliza repetidamente em ambos os países. No Tyc Sports, 7 de 10 artigos que mencionam Khelif usam “polêmica”. Também é recorrente o uso da palavra “escândalo”. A Real Academia Espanhola define polêmica como “debate ou discussão entre duas ou mais pessoas com opiniões que se confrontam”. Em português o significado é similar. Consideramos errônea a utilização do termo, visto que não há um debate com opiniões diferentes, posto que não há como opinar a respeito da identidade de gênero de outrem. Além disso, a palavra implica um distanciamento dos jornalistas da discussão e uma falta de compromisso com o dever jornalístico. Afinal, o Código de Ética do Jornalistas Brasileiros estabelece que é dever no profissional se opor a arbitrariedade, ao autoritarismo, à opressão, bem como defender os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Apenas um artigo dos analisados dos jornais Clarín, La Nación, TyC Sports e Infobae (Argentina) utiliza a palavra “reflexão”. Em adição, é uma das poucas notícias assinadas e foi escrita por uma mulher.
- A visão heteronormativa do exporte, como se fosse razoável excluir uma mulher cis que não está dentro das “normas” de feminilidade ou mesmo se fosse uma mulher trans, sem direito de competir
A “simples” ação de considerar como polêmico, ou seja, aberto ao debate, que uma atleta seja excluída de uma competição por não estar de acordo com as visões heteronormativas já demonstra a posição dos meios de comunicação em relação ao tema. Logo, diante dos fatos, fingiram que não contribuíram com a onda de ódio contra Khelif e começaram a publicar algumas notícias desmentindo a informação de que era uma mulher transgênero. Mas, se o problema fosse o fato de ser uma mulher trans, significa, também, que as pessoas que assim se identificam não podem competir. Outra forma de tomar partido.
Outro ponto é que, apesar de ter publicado algumas declarações da própria atleta se defendendo, o GE não aprofundou o tema, nem chamou pesquisadores para falar da situação das pessoas hiperandróginas ou trans no esporte.
Conforme Ibarra (2020), é pela linguagem e pelas relações de poder que de desfaz os discursos que buscam controlar os corpos em nome da “lealdade”, da “justiça” e da “igualdade”. “Valores que só funcionam quando se responde a uma masculinidade ou feminilidade heterossexual, caso contrário, sempre serão alvo de suspeita, exclusão e esquecimento” (Ibarra, 2020, p. 186). Por isso, propomos algumas palavras, expressões e formas de cobertura para utilizar/não utilizar em coberturas com este contexto.
Vocabulário
De acordo com as orientações da ONU Mulheres (2021) para a cobertura esportiva com uma perspectiva de gênero e para criar novos significados é necessário discutir estereótipos. Isso implica um tratamento da notícia baseado na igualdade e nas diversidades. Além disso, a linguagem é chave para gerar reflexão, ao mesmo tempo que, se mal utilizada, pode agredir, discriminar, violentar e estereotipar. Assim, um jornalismo esportivo com enfoque de gênero supõe “o compromisso de reconhecer os direitos humanos e as liberdades fundamentais, em particular os direitos de todas as pessoas a viver uma vida plena, independentemente da sua orientação sexual, identidade e expressão de gênero e diversidade corporal” (ONU MULHERES, 2021, p. 22).
Por isso, é necessário que jornalistas estejam atentos a:
- Conceitos como gênero, papéis e estereótipos de gênero, transgeneridade, intersexualidade, heteronormatividade etc.
- Que utilizem expressões como “pessoas que praticam esportes”, para a abarcar a todes, no lugar de “os atletas”, por exemplo.
- Utilização da informação correta como: preconceito, sexismo, racismo, transfobia, entre outros, em vez de “polêmica”.
- Refiram-se às pessoas utilizando o gênero com a qual se identificam.
- NÃO usem expressões como “atletas que nasceram mulheres”, “nasceram em corpo feminino” ou “nasceram meninas/meninos”, e sim “não se identificam com o gênero imposto ao nascer”.
- JAMAIS colocar uma mulher em situação de ter que provar/parecer feminina ou se encaixar num padrão de feminilidade.
* Este texto é uma adaptação do Trabalho Integrador Final apresentado na diplomatura Gênero e Esporte, da Universidade de Buenos Aires.
REFERÊNCIAS
ABREU, Valéria. Lutadora é trans? Verdade vem à tona durante Olimpíadas de Paris. Terra, 1 de agosto de 2024. Disponível em: https://www.terra.com.br/diversao/gente/lutadora-e-trans-verdade-vem-a-tona-durante-olimpiadas-de-paris,75c954136c6dba86e957a02484e4950d3osfsoyn.html. Acesso em: 22 out. 2024.
BANDEIRA, Gustavo y MOREIRA, Verónica. “Pensar a relação entre gênero e esporte a partir do boxe praticado por mulheres”. Revista (Syn)thesis. Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2021.
BEZERRA, Larissa. Desigualdade de gênero: infantilização na mídia esportiva desvaloriza atletas mulheres. LEME, 7 jul. 2024. Disponível em: https://www.leme.uerj.br/desigualdade-de-genero-infantilizacao-na-midia-esportiva-desvaloriza-atletas-mulheres/. Acesso em: 22 out. 2024.
BOXEADORAS reprovadas em teste de gênero são autorizadas a disputar Olímpiadas. GE, 29 de julho de 2024. Disponível em: https://ge.globo.com/olimpiadas/noticia/2024/07/29/boxeadoras-reprovadas-em-teste-de-genero-sao-autorizadas-a-disputar-olimpiadas.ghtml. Acesso em: 22 out. 2024.
EM 46 segundos, italiana abandona luta contra boxeadora reprovada em teste de gênero. GE, 01 de agosto de 2024. Disponível em: https://ge.globo.com/olimpiadas/noticia/2024/08/01/em-46-segundos-italiana-abandona-luta-contra-boxeadora-reprovada-em-teste-de-genero.ghtml. Acesso em: 22 out. 2024.
CONTROVÉRSIA nas Olímpiadas: lutadora trans reprovada em teste de gênero. R7, 01 de agosto de 2024. Disponível em: https://noticias.r7.com/internacional/revista-oeste/controversia-nas-olimpiadas-lutadora-trans-reprovada-em-teste-de-genero-01082024/. Acesso em: 22 out. 2024.
IBARRA, Mariana. “Cuéntame tus testosteronas”: un análisis sobre las regulaciones para jugadorxs transgénero e hiperandrógenas. Revista de estudios de Género, n. 52, p. 161-190, 2020.
LAMM, Eleonora. El caso Imane Khelif, outra vez em “sexo” como fator discriminatório. Clarín, 6 de agosto de 2024. Disponível em: https://www.clarin.com/opinion/caso-imane-khelif-vez-sexo-factor-discriminatorio_0_34RGXhshcw.html?srsltid=AfmBOorsshlGULnRDQxwDyGgzkeQCWxhd5_Ey1zMQo0IeukvrFN1r64Q. Acesso em: 22 out. 2024.
MARTINS, Leonardo. Quem é Imane Khelif, boxeadora que está na Olimpíada após reprovação em teste de gênero. CNN Brasil, 1 de agosto de 2024. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/esportes/olimpiadas/quem-e-imane-khelif-boxeadora-que-esta-na-olimpiada-apos-reprovacao-em-teste-de-genero/. Acesso em: 22 out. 2024.
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