Adeus ano novo. Feliz ano velho!

O ano de 2014 tinha tudo para começar de forma empolgante para os brasileiros apaixonados por futebol. Afinal, em poucos meses, sediaremos o torneio mais importante do esporte mundial. Estádios novos estão ficando prontos e muitos imaginavam que isso seria suficiente para gerar um clima de otimismo (e até euforia) entre torcedores e jogadores.

confusao_torcidaatleticopr_vasco_ae_95 No entanto, janeiro chegou sem mudar os ventos do futebol brasileiro. Ao contrário, o cenário parece ainda mais desanimador. Ainda não tenho certeza se meu time foi rebaixado ou se a mesa vai ser virada. Aliás, nem sei como será ou se haverá um campeonato nacional! Andamos para trás no difícil controle da violência entre torcedores. Episódios de brigas dentro dos estádios, algo que já estava praticamente superado, voltou a ser rotina.

Dentro de campo, o panorama também não é favorável. As contratações impactantes dos últimos anos não se repetiram na virada de 2013 para 2014. Nenhum jogador de renome (estrangeiro ou brasileiro) voltou da Europa para empolgar (ou iludir) alguma torcida. Sem contar que a lacuna deixada pela ausência de Neymar parece cada vez mais difícil de ser preenchida.

E se a missão de animar os torcedores fica por conta dos campeonatos estaduais, é quase certo que ela não será cumprida. Antes chamorsos e agitados pelas rivalidades locais, hoje são competições sem atrativos. Desprestigiadas pelos times tradicionais e com os pequenos oferecendo muito pouco. Estádios vazios e fórmulas de disputas enfadadonhas reforçam os argumentos dos que defendem o fim dos torneios regionais.

Botafogo-Portuguesa-Bom-Senso-640x480-MarceloCortesFotoarena A omissão da imprensa especializada também foi renovada no Ano Novo. Mesmo com denúncias de corrupção esbarrando nos principais cartolas brasileiros, a superficialidade ainda toma conta do noticiário. Assim como em 2013, as intermináveis mesas redondas seguem, em sua maioria, nos brindam com críticas vazias ou os elogios de sempre.

O pessimismo do texto pode parecer exagerado. Mas é só lembrar que passamos os últimos anos acreditando que a realização da Copa do Mundo no Brasil possibilitaria uma guinada no nosso futebol. Fica cada vez mais difícil crer que alguma evolução, além das aparências, vá acontecer. Ao contrário, tudo indica que estamos regredindo algumas décadas. Violência, ausência de grandes jogadores, campeonatos sem fórmulas definidas e convivendo com a iminência de mais uma virada de mesa… Só nos resta torcer. Para que o hexa venha, mas que, acima de tudo, ele não seja responsável apenas por criar uma cortina de fumaça que nos leve para a desorganização vivida na década de 1990.

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