Dos dias 23 a 25 de setembro, o Laboratório de Estudos em Mídia e Esporte marcou presença no 1° Seminário Internacional do Coletivo Marta (2024). O evento anual começou em 2018 e reúne pesquisadores, jornalistas, atletas e estudantes para debater a diversidade nos esportes. Os integrantes do nosso laboratório estiveram em grupos de trabalho para apresentação das suas pesquisas, de forma presencial e remota.

O 1º Seminário Internacional do Coletivo Marta: Mídia e diversidade no esporte ocorreu de 23 a 25 de setembro de 2024, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O evento deu prosseguimento a iniciativas anteriores do Coletivo Marta – Grupo de Pesquisa em Comunicação e Culturas Esportivas que desde 2019 vem organizando, sozinho ou em parceria com outros grupos, encontros voltados para discussões sobre Comunicação e Esporte. A programação contou com a presença de atletas e ex-atletas, profissionais do mercado de comunicação esportiva, pesquisadoras/es, representantes de coletivos e movimentos de torcedoras/es, estudantes de graduação e pós-graduação nas áreas da Comunicação, Educação Física, História, Letras, Sociologia, entre outras. O evento teve palestras, mesas redondas e GTs temáticos¹.
O objetivo do evento é fomentar o debate sobre esporte e diversidade, particularmente com foco no papel da mídia esportiva em um cenário em transformação, mas ainda altamente excludente. Entendemos que, apesar de o esporte ainda ser um ambiente sexista, LGBTfóbico, capacitista e racista, tivemos mudanças significativas nos últimos anos. O futebol de mulheres, por exemplo, ganhou alguns investimentos estruturais e visibilidade midiática, ainda que muito inferiores aos dos homens e muito concentrados no Sudeste e em São Paulo, em particular. Mais mulheres têm sido contratadas pelas emissoras de televisão, sobretudo, para atuarem no jornalismo esportivo, ainda que tenhamos pouca diversidade em termos raciais, geográficos e corporais. As sexualidades não normativas, apesar de ainda estigmatizadas no âmbito esportivo, têm sido tematizadas no contexto das modalidades de mulheres, nos campeonatos amadores voltados para o público LGBTQIA+ e em produtos como o podcast “Nos armários dos vestiários”, do Globo Esporte, que repercutiu em 2022. Diante desse cenário, a pergunta que motivou o evento foi: Como pode a mídia contribuir para aumentar a diversidade no âmbito esportivo?²
Na terça-feira, dia 24/09, a professora e pesquisadora Leda Maria da Costa participou do Seminário de pesquisa 1, ao lado das pesquisadoras Silvana Goellner (UFPel), Soraya Januário (UFPE) e com mediação de Priscila Campos (UFOP). O tema em debate foi “Esporte, gênero e mulheres: atletas pioneiras, torcedoras e trajetórias de pesquisadoras da área”, que aconteceu no Auditório Carangola (Fafich/UFMG).

No GT 6 – Futebol, cultura esportiva e representação, o pesquisador Marcelo Resende, orientado pela pesquisadora e coordenadora do LEME Leda Maria da Costa, dissertou sobre as narrativas para o “dessequestro” da Amarelinha. O trabalho do doutorando em Comunicação Social discute a apropriação da camisa da seleção brasileira pela onda bolsonarista que ganhou espaço no Brasil a partir de meados da década passada. Além disso, a pesquisa de Marcelo também fala do processo de resgate deste símbolo nacional após a Copa do Mundo de 2022.
Para falar de diversidade e inclusão dentro do esporte, nossa bolsista Qualitec Camila Augusta Pereira e nosso bolsista de extensão Kauhan Fiaux participaram do GT 7 – Esporte, diversidade e inclusão e apresentaram o movimento das torcidas autistas dos clubes de futebol do Rio de Janeiro. Camila e Kauhan detalharam a pesquisa entrevistando os fundadores das torcidas autistas dos quatro grandes clubes do futebol carioca, além de explicarem sobre as legislações vigentes que garantem espaços para esses grupos frequentarem os estádios.

No GT 10 – Comunicação e esporte, tivemos a presença da pesquisadora do Observatório Social do Futebol Raquel Sousa e da bolsista Proatec Clara Quintaneira. Raquel apresentou o trabalho “CRENÇAS DE PERIGO NO FUTEBOL CARIOCA: Uma Análise Quantitativa Sob a Perspectiva das Mulheres”. Clara, orientada por Leda Maria da Costa e Ronaldo George Helal, analisou a visibilidade e discriminação de gênero nos Jornais Folha de São Paulo e O Globo sobre a Liga de Basquete Feminino. Clara apresentou a cobertura da competição por parte desses veículos de comunicação na última década, entre os anos de 2010 e 2021 e dissertou sobre a relação mídia e esporte no basquete feminino.
¹ Site do Coletivo Marta. Disponível em: 1º Seminário Internacional do Coletivo Marta (2024). Acesso em: 04 de outubro de 2024.
² Site do Coletivo Marta. Disponível em: 1º Seminário Internacional do Coletivo Marta (2024). Acesso em: 04 de outubro de 2024.